SECA



Eu não te desejo o mal.

Seria um desperdício, já que é o que plantas.

Não te desejo a morte.

A morte é a passagem sublime entre o aqui e o além.

Você nem merece meu ódio.

Desse veneno você mesmo beberá.

Não te desejo a solidão.

Você semeia discórdia e desordem por suas próprias mãos.


Não há como beber água limpa dum manancial de enxofre. 

Não há como colher bondade numa plantação amaldiçoada.

Não há como aguardar verdade duma máquina de mentiras.


Te desejo vida longa o suficiente para que não sejas visto nem sob a mais brilhante luz.

Desejo que você sinta frio, mesmo sob o mais alto calor.

Sua alma e coração frígidos serão o suficiente para que você seque em sua própria amargura.

Sua vida insípida será desgosto o suficiente pela eternidade.


Desejo que sinta cada peso de seus atos.

E se afogue em suas próprias mágoas.

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