PLANTAÇÃO

 


Preparei e trabalhei a terra, por anos a fio. 
Secou, rachou, inundou e hoje parece perfeita para iniciar uma nova plantação.
Separei as melhores sementes, arei o terreno e adubei.
Com muito esforço e dedicação, espalhei as sementes pelos buracos que fiz, calculados.

A distância correta, a profundidade correta.
Suei, me machuquei e muitas vezes achei que não iria conseguir, mas ali estava.
Depois de muito esforço, de muito regar, controlar as pestes, ali estava.
Minha plantação de milho.

Notei que um corvo apareceu e me dispus a instaurar um espantalho.
A notícia se espalhou e outros corvos vieram.
Tentei alimentar os corvos com outras sementes.
Eles insistiam em devorar meu milho.
Aquele milho que tanto me dediquei.

Trouxe novos espantalhos.
Os corvos também aumentaram.
Me perguntava: "Por quê?" 
"Por que a minha plantação?"
 "Por que não desistem?"

A cada dia via a minha plantação ser destruída, diante dos meus olhos.
Os espantalhos foram quebrados.
A plantação foi dizimada.
Poucos os milhos que sobraram.
Os corvos venceram.

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